Tenho pensado em postar por aqui. Já postei, me arrependi, deletei. Mas sem post ruim nunca vai ter post bom. Tenho visto tanta coisa acontecer, tanta gente surgir e ir embora. E tento gravar na memória, mas voa. Viver Porto Alegre foi uma das melhores opções da minha vida. Eu vou conhecendo a cidade e ela me surpreende, me apresenta a mim mesma.
Tanto tempo que cogito, tantas vezes que receio. Uma atitude, é isso.
Volta e meia chego em casa de manhã embargada do cheiro de cigarro do Beco. Dai no outro dia eu acordo e vou dar uma volta no Guaíba. Buscar um pouco de natureza, mas é pouco mesmo. Em casa para ver sol, coloco a metade do corpo para fora da janela. Afago as gatas, coloco água num pé de hortelã-pimenta, comprado num domingo de caminhada pós-Beco.
Naquele domingo, eu vi tanta coisa. Fachadas novas, casas acolhedoras, crianças brincando, carros que paravam para eu passar. E as ruas tinham amanhecidas encharcadas de sangue, depois de uma tarde de sábado da Caminhada Zumbi. Coisas de Poa.
Naquele sábado de noite, eu ouvi muita trova fraca. Existe uma fórmula na noite:
_Posso saber teu nome?
_Quantos anos tu tens?
_Mas parece bem menos!
_E tu? Que idade tu achas que eu tenho? Mais ou menos de 30?
-Com que tu trabalhas?
_Posso te dar um beijo?
E todas essas perguntas vieram de um cara só, mas foram repetidas por outros que deviam ser da mesma seita. Eu sempre procurei responder de mal-grado e acrescentar:
_Desculpa, eu vim ver a discotecagem. Com licença.
Não sou assim com todo mundo. Fiz bons amigos nessa noite, mas tem pessoas que são inconvenientes. Porquê eu tenho que querer beijar na boca uma pessoa que eu nunca vi mais gorda ou magra?
Essa noite foi tão menos do que eu esperava que fui até pegar o finalzinho da missa na Catedral, no domingo a tardinha. Não, não sou religiosa. Inclusive, meu tema de pesquisa é o paganismo. Mas me deu vontade de me benzer depois daquela noite.
Cheguei a jurar que não saia tão cedo. Mas ontem, um amigo querido me visitou e inventamos de sair de novo. Dessa vez foi mais pacato. Na outra noite, eu tava sozinha. E parece que tem uns caras que não aceitam muito bem o fato de que uma mulher quer sair sozinha. Deve lhes dar uma vontade compulsiva de acompanhar a tal da mulher, pois ficam insistindo. Que saco, eu gostava de sair sozinha.
Mas ontem foi mais legal. Fotografei a noite de novo, coisa que me agrada muito. Gosto de registrar os estranhos (estranhos no sentido de desconhecidos).
Mas tem umas coisas que são etiqueta eu acho. Fora a trova fraca, outro problema que eu noto são pessoas espaçosas. Tu estás ali, no teu canto, dançando ou vendo o povo dançar enquanto bebes uma cerva e vem um grupo e começa a te espremer contra um canto até te esmagar, porque tu na cabeça deles tá ocupando um espaço que eles aproveitariam melhor. Dão bundada, dançam pulando que nem macaco louco - pisando em ti, até que tu, por amor a paz, saias. Ainda tem o fato de colocar o cigarro na tua cara ou encostar para queimar a roupa (que a Deusa me livre e me guarde desse desastre). E pior coisa: muito disso quem faz é mulher contra mulher. Concorrência sem classe, à força.
Ah, tem os homens troglodita também, que ficam puxando os braços das meninas nas festas. Acho que nem o Homo Heidelbergensis (paleolítico, pedra lascada) abordava as mulheres quase arrancando os braços delas.
Fora essas coisas chatas, a noite é legal. Mas fácil, fácil, entedia se não tiver bons amigos para te fazer rir e acompanhar. Eu tenho alguns e sou grata por isso.
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Há 7 anos
Acho que a noite só é grata quando as companhias o são.
ResponderExcluirPelo menos sóbrio. rs
Foste favoritada. (:
Legal que tu resolveste encarar o blog
ResponderExcluir=]
Bah, até EU era melhor nas cantadas... (isso na minha época, que velho)
>dançam pulando que nem macaco louco<
auehauehuaheuh!
verdade.
Favoritei teu blog aqui, e adicionei nos meus bloglines. Vou ver se aproveito o ensejo pra reativar o meu blog também...
Obrigada pelo apoio meninos! São sempre muito bem-vindos aqui.
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