Uma das coisas mais curiosas de se morar sozinha é cozinhar. Se você faz pouco, mesmo assim, ainda é muito. E como uma pessoa vai cozinhar de verdade com uma quantidade de casinha de boneca? Eu não sei, só sei que não tenho acertado.
As duas últimas vezes em que cozinhei, quem mais comeu foi a lixeira. Peço desculpas a todos aqueles amigos queridos que tentei convidar para jantar, aconselhando-os de que cancelem o jantar em prol do paladar de vocês! :P.
A Sônia Hirsch falou sobre isso uma vez na Bons Fluídos. Ela disse também que com o tempo se aprende a medida. E deu várias dicas. Não tenho essa revista, não sei dizer a edição.
Para ser mais irônica a situação, descobri que minha multi-funcional é promíscua! Ela só imprime num Mac e só escaneia num PC! Pode uma coisa dessas!? Nem com um nem com outro ela completa o serviço.
Calorão de ar baforento nas ruas da capital hoje à tarde. Ontem peguei um finalzinho de pôr-do- sol e cuidei da vida naquilo que só a mim diz respeito.
Mas o pico do meu fim de semana foi assistir Teresa e o Aquário, de João Ricardo. Uma das coisas que mais me impressionou foi o condicionamento técnico dos atores (Sissi Venturin e Lisandro Bellotto), muitíssimo bem preparados. Eles pulam, pululam, giram, caem, levantam, se atiram... chega um ponto da peça, em que a Teresa gira o ' Amor ' dela pelo pescoço, segurando pela gravata, que nem em desenho animado.
São embalados em durex, descolam, recortam, ficam nús, gritam, cantam. A confirmação dessa resistência física, dessa carga atirada no corpo, se deu quando eu li no panfleto os agradecimentos, e encontrei o nome da célebre artista da Body Art, Marina Abramovic. Na década de 1970 ela colocava a vida nas suas performances.
O cenário é incrível também porque João Ricardo filma a peça e a projeta como tela-pano-de-fundo. São detalhes íntimos do palco que são revelados à platéia.
A ambientalização da peça foi feita com recursos muito simples, mas que graças a criatividade do diretor funcionaram muito bem. A proposta se equilibra com a arte contemporânea, ao lembrar muito do que vemos em bienais - luzes, filmagem, projeção, argumento forte mas nada escancarado. É ai que o espectador é confrontado, ao se perguntar se realmente está entendendo o que se passa.
A escolha da trilha sonora não podia ter sido mais adequada, ao ter em cena o músico Roger Canal, autor de um som hipnótico e envolvente que vai se alternando de forma dramática com a agonia vivida pelos protagonistas.
Vi no TSP. Iniciativa da Liga - Dedé Ribeiro, só podia ser! :)
Tem em 2009 - de 04 a 05 de março - Quartas 22 hs. Espaço OX no Ocidente.
E 10 de abril a 10 de maio - Sexta e Sábado 21h, Domingo 20h - Sala Álvaro Moreira.
A Teresa se apaixona por Netuno e diz que ele não é velho, que ele é "experiente".
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Há 7 anos
Pelo visto, tiraste a sorte grande na noite. Vou tomar este espetáculo por dica e tentar não perder no ano que entra.
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Curiosa a parte de cozinhar para si mesmo. A meu ver, o trabalho parece ainda maior - de repente pela certeza de saber que não há com quem negociar a lavagem da louça.
hushaushaushau muito bom, Rust.
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